CARLOS GASPAR TROPHY
No início da época
estava nos meus planos a presença no Circuito de Vila Real. No entanto, resolvi
prescindir dessa prova, que envolve pelo menos 4 dias (2 de férias) e fica
muito cara e em alternativa resolvi participar num evento muito interessante, o
Braga Speed Festival.
Este novo meeting, organizado
pela Race Ready, incluía uma prova de 50 minutos denominada “Carlos Gaspar
Trophy”, uma pequena homenagem a um dos maiores pilotos portugueses dos anos 60
e 70 e por sinal um dos meus favoritos e que tenho o prazer de conhecer
pessoalmente.
Colaborei bastante com
o organizador do evento, Diogo Ferrão, enviando fotografias e informação sobre
a carreira de Gaspar e por isso tive um desconto significativo na inscrição, o
que me fez entusiasmar ainda mais por esta competição, pois iria certamente
gastar cerca de um terço do que iria despender na prova de Vila Real!
O Sr. Cepeda
garantiu-me que o carro aguentaria os 50 minutos, desde que utilizasse a
cadência indicada e o único problema que parecia haver era a capacidade do
depósito de combustível. De facto o depósito do Mini tem uma capacidade de
cerca de 27 litros o que me parecia insuficiente para a totalidade da prova, já
que não eram permitidos os reabastecimentos. A solução foi à última hora
procurar um depósito maior, o de um Mini dos anos 80, que tem uma capacidade de
mais 10 litros.
Através do amigo
António Santos, conhecido especialista no restauro de Minis de Arcozelo – VN
Gaia, consegui o depósito, o qual foi imediatamente colocado no seu lugar.
Foram montados os pneus Yokohama A032 que usei nas provas de 2013 e são os meus
pneus de chuva habituais e que faziam com que o meu handicap de paragem a meio
da prova fosse igual ao dos carros com pneus Toyo e muito superior aos carros
com pneus Dunlop ou Avon Racing. Por acaso achei o meu handicap exagerado, pois
os Yokohama de Mini nada têm a ver com os Toyo, têm aliás metade da largura
destes, mas não me preocupei com isso.
No dia da prova (que
decorria apenas no Domingo) ao sair de casa a minha carrinha Passat estava sem bateria
(luz acesa de noite…) e tive que passar tudo para outro carro, que com
modernices eletrónicas tinha uma luz avisadora de “serviço imediato” e perdia
rendimento. Só me restou a solução de pedir ao meu acompanhante desde Viana do
Castelo, Virgílio Costa Ferreira (“Gilinho”) que levasse o carro dele. Assim
passamos tudo para o seu Renault Clio, ele próprio quase um Clássico do início
dos anos 90, mas que ia trabalhando como um relógio, e fomos ao Porto buscar o
Sr. Cepeda para irmos para Braga, a ver se ainda alinhávamos nos treinos
cronometrados.
O Gilinho foi sempre
na sua toada calma, quase nunca passado a barreira dos 80 km/h (muito abaixo,
portanto do desempenho que tinha com as suas Kawasaki nos anos 70, ou com o
Datsun 120 Y...), mas sempre confiante na sua condução e dizendo: “calma que
chegas a tempo”… e cheguei. Faltavam cerca de 15 minutos para terminar o treino
e entrei em pista, ainda deu para fazer 4 voltas e por isso qualificar-me para
a prova na 18ª posição!
A prova começava às
15.45 H, mas antes ainda haveria lugar para a homenagem a Carlos Gaspar, com
todos os participantes a tirarem fotos com o homenageado e por fim houve uma
partida “tipo Le Mans”, com os concorrentes a atravessarem a pista e correrem
para os carros para arrancar. Por acaso parti bem e ia em 5º ou 6º lugar, mas
infelizmente essa partida era só para os espetáculo e no final dessa volta
paramos todos novamente para então sim, fazermos a partida para a volta de
aquecimento e partida lançada.
A prova propriamente
dita foi encarada com calma, as condições eram más, chovia ainda durante a
volta de aquecimento, embora depois tenha parado, e saliente-se que o Cooper S
“FL-60-49” nunca tinha realizado uma prova tão longa.
Fui por isso mantendo
a minha posição, mantendo à vista outros concorrentes, mas não valia a pena
atacar demasiado já que os tempos a perder na paragem obrigatória nas boxes (no
meu caso 125 segundos), variavam entre os adversários e a parte final da prova
iria por isso ser decisiva. Saliente-se o excelente “trabalho de boxe” e de
cronometragem do Gilinho e do Sr. Cepeda, que apesar de discordando entre si
sobre o assunto, me deram indicações (mais ou menos) precisas de quando estava
cumprido o tempo obrigatório de paragem e podia arrancar …
Até ao final o carro
portou-se muito bem e rodando sempre cerca do segundo 47 consegui um honroso
13º posto da geral e 4º entre os concorrentes de 1300 de cilindrada.
Importante também mais
uma prova em comum em pista com o meu amigo Rui Sanhudo, uma “luta” que vem
desde 2003 quando ambos nos estreamos na mesma prova, o Circuito Centenário do
ACP em Vila do Conde.
Foi por isso muito
positiva a participação nesta prova. O preço de inscrição foi agradável, o
ambiente era fantástico, o carro portou-se lindamente e pude participar na homenagem
a um piloto que muito admiro, Carlos Gaspar.
Agora o Mini vai ser
revisto, por isso ... até 2017 !
Cumprimentos para
todos
JMF